Se andasse ao teu lado na rua não olhava duas vezes, verdade nua e crua. Os nossos gostos não são os mesmos, a nossa comunicação verbal é péssima e embora tu aches que és mau, tu és luz e eu sou escuridão. Tu pensas que eu não quero saber, que não oiço e não entendo, talvez verdade nua e crua, mas se fosse mesmo verdade como poderia eu saber que a nossa comunicação é única quando estamos calados? Quando a forma como nos movemos um em roda do outro é única porque os nossos corpos se comunicam perfeitamente? Como seria eu capaz de saber que quando os nossos olhos passam um pelo outro eles vêem o que as nossas palavras não ditam? Porque mesmo quando ninguém repara, eles fazem questão de cuidar um do outro, sim os nossos olhos.
O teu pessimismo é garra para o meu optimismo, e o meu optimismo é simplesmente teu. Dito desta forma parece estúpido, mas se calhar a nossa comunicação é tão má que afecta até a minha escrita, roubas-me a expressão.. Mas se ela é tão má como poderias tu também roubar-me um sorriso? As gargalhadas soltas pelas coisas mais idiotas e mais pequenas, como estarmos juntos a não fazer nada e apenas as pessoas existirem à nossa volta nos faz rir.
E eu sei que não te entendo, eu sei. Mas se não entendo, como posso entender tão bem todos os teus pormenores? Entender os teus medos mesmo que não tos diga, entender os teus gestos mesmo que não tos elogie, entender pequenos pormenores em ti que mais ninguém entendeu, até as pequenas marcas que não gostas em ti e que achas que ninguém quer saber e que eu adoro, adorei a primeira que vi.
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Entradas Rascas na multidão
O maior medo, é o medo da multidão. Ah.... não conhecem?
É estar no meio de mil pessoas a passarem ao nosso lado e nem as sentirmos, nem as vermos, é sentir que nada nos toca, mas tudo nos atinge com uma força gigante, como se todos fossem na direcção oposta, contra nós, mas isso não ser suficiente para nos fazer sentir, mais uma vez, alguma coisa.
É estar sentado numa mesa com amigos de toda a vida e saber que 1 em 80 sabem o que vai nos teus olhos, em cada gesto, em cada expressão tua, é saber que nenhum deles te conhece, não sabem a tua cor favorita, o que gostas de comer ou que gostas de dançar quando estás em casa e sais do banho.
É receberes mil palavras por dia e mesmo assim não interiorizares nada porque simplesmente não é suficiente, é teres esperança de vir ao de cima mas saberes que é perca de tempo, é falares do tempo e ninguém entender que não te referes à metereologia e que esse vem sempre associado à perca.
É quanto mais acompanhado estiveres mais perdido estás, como 1+1= a qualquer coisa que ninguém te quer ouvir dizer, ninguém quer saber. É o medo da multidão, é em vão, é estares num apagão rodeado de mil estrelinhas no céu e mesmo assim não vizualizas o que vem depois.
É o medo da multidão.
É estar no meio de mil pessoas a passarem ao nosso lado e nem as sentirmos, nem as vermos, é sentir que nada nos toca, mas tudo nos atinge com uma força gigante, como se todos fossem na direcção oposta, contra nós, mas isso não ser suficiente para nos fazer sentir, mais uma vez, alguma coisa.
É estar sentado numa mesa com amigos de toda a vida e saber que 1 em 80 sabem o que vai nos teus olhos, em cada gesto, em cada expressão tua, é saber que nenhum deles te conhece, não sabem a tua cor favorita, o que gostas de comer ou que gostas de dançar quando estás em casa e sais do banho.
É receberes mil palavras por dia e mesmo assim não interiorizares nada porque simplesmente não é suficiente, é teres esperança de vir ao de cima mas saberes que é perca de tempo, é falares do tempo e ninguém entender que não te referes à metereologia e que esse vem sempre associado à perca.
É quanto mais acompanhado estiveres mais perdido estás, como 1+1= a qualquer coisa que ninguém te quer ouvir dizer, ninguém quer saber. É o medo da multidão, é em vão, é estares num apagão rodeado de mil estrelinhas no céu e mesmo assim não vizualizas o que vem depois.
É o medo da multidão.
sábado, 11 de novembro de 2017
Pedaços de vento
Cada vez mais somos substituíveis, descartáveis.
Cada vez mais aproveitamos de forma pequena os dias que podemos viver como seres humanos, somos inúteis. Sentir é a coisa mais genuína que um ser humano pode fazer, a mais verdadeira, no entanto, achamos que podemos ter o luxo de sentir por breves instantes e não por uma vida inteira, sendo a última a mais importante de todas. Ser forte deixa de ser um traço de personalidade para passar simplesmente a ser uma escolha, mais uma vez descartável, porque sentir é dos grandes e não dos pequenos, não é dos oprimidos, sentir e dificil. Sentir é dificil ao ponto de pensarmos em desligar o nosso interruptor de humanidade, como se não importasse e se formos fortes podemos fazê-lo durante muito tempo se formos fracos podemos apenas fingir e pensar sobre isso.
É incrível como as coisas ficam mais malucas na nossa cabeça nos dias de hoje e nos colocamos na posição de pensar em temas que jamais pensariamos à meses ou anos atrás, somos egoístas, achamos que só nós somos válidos, só a nossa dor é válida e a dos restante tagarelices e lamechices. Somos enganados, vezes e vezes sem conta por pessoas bem menos inteligentes do que nós e aceitamos simplesmente porque é mais fácil do que aceitar a realidade, mais acolhedor.
Algo sobrenatural, chega a ser isso mesmo porque nos achamos invencíveis, achamos que as coisas dúvidas nunca vão roçar a nossa alma, o medo, a angústia, a morte. Queremos ser melhores mas no fundo não passamos de erros e indecisões, como pedaços de papel, que se movem com o vento, sem livre árbitos..só erros e indecisões.
Achamos ter alguém sempre a zelar por nós, a proteger-nos, quando na realidade somos substiuíveis, descartáveis, como pedaços de papel, que movem com o vento...
Cada vez mais aproveitamos de forma pequena os dias que podemos viver como seres humanos, somos inúteis. Sentir é a coisa mais genuína que um ser humano pode fazer, a mais verdadeira, no entanto, achamos que podemos ter o luxo de sentir por breves instantes e não por uma vida inteira, sendo a última a mais importante de todas. Ser forte deixa de ser um traço de personalidade para passar simplesmente a ser uma escolha, mais uma vez descartável, porque sentir é dos grandes e não dos pequenos, não é dos oprimidos, sentir e dificil. Sentir é dificil ao ponto de pensarmos em desligar o nosso interruptor de humanidade, como se não importasse e se formos fortes podemos fazê-lo durante muito tempo se formos fracos podemos apenas fingir e pensar sobre isso.
É incrível como as coisas ficam mais malucas na nossa cabeça nos dias de hoje e nos colocamos na posição de pensar em temas que jamais pensariamos à meses ou anos atrás, somos egoístas, achamos que só nós somos válidos, só a nossa dor é válida e a dos restante tagarelices e lamechices. Somos enganados, vezes e vezes sem conta por pessoas bem menos inteligentes do que nós e aceitamos simplesmente porque é mais fácil do que aceitar a realidade, mais acolhedor.
Algo sobrenatural, chega a ser isso mesmo porque nos achamos invencíveis, achamos que as coisas dúvidas nunca vão roçar a nossa alma, o medo, a angústia, a morte. Queremos ser melhores mas no fundo não passamos de erros e indecisões, como pedaços de papel, que se movem com o vento, sem livre árbitos..só erros e indecisões.
Achamos ter alguém sempre a zelar por nós, a proteger-nos, quando na realidade somos substiuíveis, descartáveis, como pedaços de papel, que movem com o vento...
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