sábado, 28 de dezembro de 2013

Perna curta

Não penses que a mentira me consolou, que me acalmou ou que me deixou intacta, pois é engano, mas também o silêncio não seria melhor, não tenho dúvidas..aliás, é apenas uma das certezas. Se tudo teve um fim, piedade o que fará de mim se não ainda mais infeliz daquilo que já estou..dor, ansiedade, desapontamento. Não te julgo, não te condeno, não te recrimino, caso contrário não pensaria em ti, não estaria contigo, mais importante que tudo não estaria do teu lado, assim como sempre estive..não poderia de forma alguma contrariar tal destino, nem o meu, nem o teu. A verdade é que tudo passou, morreu, muita coisa caiu por terra e para ressuscitá-la nem sei se com magia, com força, com esperança. A afeição torna-se inútil assim como o carinho, tornando mais difícil as nossas batalhas interiores, intermináveis. É quando penso no ontem que vejo que o hoje e o amanhã já não fazem sentido, jamais serão iguais, grita a minha cabeça, repensa o meu coração. Não procures mentir, a compreensão é rainha, tudo tem justificação quando se fala com o coração, com sinceridade, com amor. Tu tens sorte, eu tenho azar, na verdade a vida foi má para mim, dando-te a sorte a ti de teres alguém como eu que te faça sorrir..mas a culpa não é tua, foi ela, vida. Os meus olhos não choram, não, pois sou incapaz de fazer quando sei que apenas queres perdão e deitará tudo a perder, deixando cair por terra todo o trabalho que tive até agora, esse grande trabalho, o de te fazer feliz. Não digas o que não sentes, eu não preciso, aliás, nem digas nada, o silêncio é muitas vezes o consolo das palavras. Pensa que tudo morre, tudo passa, seja como for..pensei que foi tudo uma grande tolice.